Hortas e jardins: paisagismo funcional e autossustentável, paisagismo produtivo, e PANCS. Vem conhecer!
Vem conhecer o paisagismo que dá um up no seu almoço!
Quando, em 1500, Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei de Portugal: “em se plantando, tudo dá”* acertou no verbo, errou no resto. Afinal, as plantas daqui - uma luxúria verde - não existiam na Europa. As plantas de lá demoraram muito pra crescer aqui. Em 1532, Martim Afonso de Souza plantou trigo em São Vicente. Segundo relatos, as plantas davam flores, mas murchavam sem grãos. E ainda hoje, muita gente planta ervas, folhagens e flores europeias nos jardins. Mas existe um movimento - luxuosíssimo ;-) - de resgate de nossa biodiversidade, e outro, paralelo, de paisagismo produtivo.
No BBB16, o jardim foi criado por Ricardo Cardim, mestre em botânica. Ricardo critica os paisagistas que seguem tendências estéticas que vêm de fora e encaram o jardim apenas como decoração. De acordo com o botânico, 90% dos jardins brasileiros são feitos com espécies exóticas.
“Nós temos a maior diversidade em espécies do mundo e importamos plantas invasoras, que causam desequilíbrios no nosso ecossistema. As pessoas precisam conhecer a beleza da Mata Atlântica e perceber que as espécies nativas também podem ser ornamentais”, afirma Cardim. Na casa do BBB16, ele usou plantas típicas da região – algumas não são mais vistas há 50 anos – em vasos, canteiros e em muros verdes.
Outro aspecto desde movimento de resgate de espécies nativas é o uso de plantas alimentícias ainda não exploradas pela agroindústria, as PANCS - Plantas Alimentícias Não Convencionais, para o paisagismo e as hortas domésticas.
Muitas dessas plantas crescem espontaneamente, são supernutritivas e saborosas, além de serem muito mais fáceis de cuidar do que as ervas europeias tradicionais. É o caso da beldroega, a planta de florzinha rosa, que aparece nas duas fotos acima, da #hortadcoracao. E da taioba, no vaso laranja e no vaso de manteiga. E de muitas outras :-)
As soluções para hortas de varandas e apartamentos podem e devem ser aplicadas com espécies nativas e PANCS.
Afinal, por não requererem cuidados especiais, muitas espécies, como o caruru, ficam bem em vasos pequenos, ideais para espaços restritos.
Usar espécies nativas, ou espontâneas, traz inúmeras vantagens: por serem adaptadas ao clima do Brasil, são mais resistentes e exigem menos manutenção, e proporcionam equilíbrio entre a cidade moderna e a biodiversidade nativa. Em se plantando, tudo dá sim. Desde que seja nativo, ou adaptado. Experimente!
Se gostou do assunto, veja os vídeos acima :-) Veja também esse vídeo. Assim fica mais fácil entender como fazer o Paisagismo Produtivo. Aproveite e assine o nosso canal :-D
- O que é paisagismo produtivo?
Um bom texto para começar a entender melhor o que é e como fazer, está aqui.
- O que é paisagismo autossustentável?
- Como se faz paisagismo produtivo E autossustentável?
- Todo paisagismo produtivo é autossustentável?
- Custa caro fazer paisagismo produtivo?
- Quero saber mais sobre paisagismo produtivo, e também sobre PANCS o que faço?
O livro de PANCS, do Valdely Knupp, é uma fonte inesgotável de informações sobre espécies, e até receitas.
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♥ Quando os portugueses aportaram em Pindorama (era este o nome da terra antes de ser rebatizada pelos invasores), Pero Vaz de Caminha escreveu carta ao rei contando das maravilhas de cá. "Em se plantando tudo dá." Peço que pare e tente visualizar: europeus chegando na praia, de frente para uma exuberante Mata Atlântica. E o valor de toda aquela profusa biodiversidade sendo ignorado, pois a terra só teria valor se aqui se cultivasse as plantas de lá. :-( Percebe, Ivair, a petulância?
♥ Imagens: Globo Rural, divulgação BBB, #hortadcoracao, The Horticult (com tutorial), Hometalk e Casa&Jardim.
Hortas e jardins: paisagismo funcional e autossustentável, paisagismo produtivo, e PANCS. Vem conhecer!
Reviewed by vivianne pontes
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4/19/2016
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